segunda-feira, janeiro 28, 2008

ENCONTROS E DESENCONTROS

Encontros no desencontro da vida,

a cada esquina dos beijos que não demos.

Palmilho as encruzilhadas, perdida,

buscando os nossos momentos ternos.

De mãos vazias e olhar sem cor

sigo o destino a par e passo,

percorro a escala do nosso amor

em notas tristes sem o teu abraço.

Que caminhos segues amor ausente?

que caminhos percorres sem me ter presente?

Sonhas as noites, os beijos, o amor?

Sonhas o termo-nos, sonhas os corpos?

Ensina-me a sobreviver sem o teu calor,

sem a pressão mansa dos nossos corpos

na imensidão da noite escura,

nos lençois feitos de entrega, de paixão,

de sonhos e tanta loucura.

Amor, toma de novo a minha mão,

encontra-me nos desencontros da vida!

Preciso de ti! Cala esta dura ferida

que é ter-te sem te ter,

amar-te, querer-te e apenas permancer

na encruzilhada da vida aguardando o amanhecer.

terça-feira, janeiro 22, 2008

PERMANECE EM MIM

Permanece em mim
como o perfume suave da rosas,
sê o principio e o fim
de cada poema meu, das minhas prosas.
Permanece como o ouro eterno,
deixa o teu rasto no meu corpo,
marca-o com o teu selo terno
que em cada beijo transparece
em cada caricia se eleva.

Fica em mim...Permanece,
crava os teu sonhos e ensejos
na minha pele sob a tua mão
ardente de mil desejos.
Acorda em nós a imensa paixão
de sermos um só no caminho.
Permanece em mim !
Ainda que este amor seja um espinho
de dorida ausencia sem fim....
Permanece amor, permanece em mim.

segunda-feira, janeiro 07, 2008

MOLDES DE VIDA

Como barro humido informe,

massa pronta a trabalhar,

monte vermelho e disforme

em mil formas por moldar.

Como barro em mãos de oleiro,

dando vida, emprestando alma,

como farinha em saca de moleiro,

fazendo o pão na branca calma

das mós pachorrentas e gastas,

nas horas solitárias e vastas

onde o uivo do vento norte

assobia nas cantarinhas,

e o sopro estranho da sorte

muda o rumo nas entrelinhas.

Como barro de vaso novo

contendo somente a vida,

faço minha a voz do povo

entre estrofes dividida.


Barro em sábias mãos

moldando argila em magia,

sonhos e medos como irmãos

lado a lado em mais um dia.

quarta-feira, janeiro 02, 2008

CAMINHANDO


Saio pelas ruas desta vida, sem destino,

em todas as lágrimas tropeço,

e com os sorrisos me encanto,

da tristeza compus o meu hino.

De mim mesma me despeço

em cada nota de pranto.

Saio pelas ruas da ilusão,

louca, solta, sem ter rumo,

de cada dia bebo o amargor

da espessa desilusão,

esvaio-me em branco fumo

no ar frio da imensa dor.

Saio pelas ruas, olho em volta;

A minha sombra é o vazio

e as nuvens são o meu manto,

já se perdeu de mim a escolta

que me guiava com brio

rindo de todo o meu espanto.

Saio. sozinha, pelas ruas...


O TEMPO PERDIDO NÃO SE RECUPERA

As palavras lançadas não voltam atrás, o tempo perdido já não tem retorno e a vida esvai-se, no silêncio voraz. Fica o caminho, diluído, sem...