quinta-feira, janeiro 22, 2009

TIMONEIRO LOUCO

Num mar sem rumo ou maré,

águas vivas imprecisas e soltas,

ora se caminha ora se perde o pé,

ora são mansas ora revoltas.

Silencioso barco de névoa solitária

e brumas por velas cinzentas,

onde o timoneiro é uma alma pária

de mágoas duras e pardacentas

que navega sem destino ou rumo.

Olhos glaucos, ou nuvens de fumo,

mãos crispadas no leme inerte,

vazio, eterno, à espera que desperte

ao som estrepitoso de uma vaga,

ao pio estridente da gaivota solitária,

tão solitária como a negra fraga

que no horizonte se ergue. Calcária

de tão fria, basáltica de tão negra.

Num mar sem rumo, calenda grega,

que de eterna tem a condenação

escrita e assinada a esmerilado carvão.

E de olhos perdidos na liquida imensidão

vai o timoneiro louco, alma desnuda

num grito calado de dor e solidão,

que o coração cala e o mar não muda.

5 comentários:

jo ra tone disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
jo ra tone disse...

Poemas muito bonitos
Mosta que foram feitos com todo o cuidado e pormenores
e cheios de conteúdo.
Beijinho

LOURO disse...

QUERIDA AMIGA, BELÍSSOMO POEMA... MUITO BEM EXTRUTURADO... ADOREI !!!
TODOS OS TEUS POEMAS SÃO PERFEITOS... UM BEIJO DE MUITO RESPEITO.
LOURENÇO

lua prateada disse...

Lindo amiga mas o mar faz-nos mesmo sentir tudo isso e muito mais...

Passei correndo
Com xuva,vento e frio
Passei voando
Arrastada por um fio.

Não passei por nada
Apenas ,porque de mim emana
Grande amor por meus amigos
Passei desejando bm fim d semana.

Beijinho prateado com carinho

SOL

folha seca disse...

Peço desculpa mas gostei tanto deste poema que cometi a ousadia de o surripiar para publicar no meu blog.
Cumprimentos
Rodrigo
rmanuelh.blogspot.com

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