segunda-feira, junho 17, 2013

O SOM DO SILENCIO

Acordei ao som do silencio, num quarto vazio de vida,
vazio de mim.
Acordei pela mão enganosamente doce da ausência dividida,
do caminho do fim.
Hoje a madrugada foi mais negra e a aurora mais dura.
Hoje acordei sem acordar.
A manhã entrou pelo quarto com um sopro de secura,
como um vento glaciar.
Acordei ao som do silencio, do vazio a ressoar
a escorrer pelas paredes de um quarto oco a vibrar.

Hoje vesti-me de esquecimento e elevei-me no ar,
e deixei que o mistral me levasse.
Hoje olhei sem ver esta vida, passando só por passar,
e deixei que o mar me molhasse.
Pedi ao tempo que abrandasse o seu eterno correr
para me deixar respirar.
Pedi à minh'alma forças para acreditar e querer
continuar a caminhar.
Mas apenas o silencio me responde, profundo a magoar.
Pesadamente marcando cada passo do meu andar.

5 comentários:

Flor de Jasmim disse...

Um acordar triste com um silêncio doloroso!

beijinho e uma flor

Nilson Barcelli disse...

"olhar sem ver esta vida" não é viver...
Fizeste um magnífico poema.
Minha amiga, tem um bom resto de semana.
Beijo.

Nilson Barcelli disse...

Hoje, acrescento:
Não te deixes levar pelo vento...
Adorei reler-te, as tuas palavras possuem imagens quase inesgotáveis, isto é, de cada vez que se lê a atmosfera é ligeiramente diferente.
Tem uma boa semana.
Beijo, também doce. No teu olhar.

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Minha querida

Hoje passando para dizer que estou voltando (ainda devagar), mas com muita saudade e agradecendo as palavras de carinho deixadas durante a minha ausência.

Um beijinho com carinho
Sonhadora

Flor de Jasmim disse...

Voltei para deixar o meu beijinho e uma flor

O TEMPO PERDIDO NÃO SE RECUPERA

As palavras lançadas não voltam atrás, o tempo perdido já não tem retorno e a vida esvai-se, no silêncio voraz. Fica o caminho, diluído, sem...