sexta-feira, outubro 13, 2017

ADORMECIDA ALMA



Encontro, nos desencontros da vida, uma garça fluída,
fugidia e breve, como uma suave brisa de um mar cobalto,
sem fundo nem idade.
Num sopro de verdade,
onde não habita nem alma nem coração, nem doce sobressalto.
Apenas uma imensidão de teias, pedaços de roupa puída
e fios de sonhos pendurados em descarnados galhos.
Na metade de uma rubra maçã; roída de invejado sabor,
escorrem o mel e o fel, lado a lado, irmãos de um destino
traçado a carvão, a tinta da china, embotados nos trabalhos
que mão humana esqueceu; no deslizar do desamor.
Afogando no mar, do cobalto mais puro, a raiz de um coração,
enterrando na areia, morna de solidão, as sementes de uma paixão.
Encontro, nos desencontros da vida, uma gaivota perdida,
numa ilha que, de tão silenciosa, ficou esquecida
e guardou, sequiosa, o limbo de uma alma adormecida.


lágrimas de lua

1 comentário:

Evanir disse...

Ainda é tempo de apreciar as flores que estão inteiras ao nosso redor.
Ainda é tempo de voltar a Deus e agradecer pela vida física,
que embora passageira, se perpetua em nós espiritualmente..
Venho te deixar meu carinho.
Desejar um abençoado final de semana .
Saúde sem ela não teremos paz.
Beijos carinho e saudades.

O TEMPO PERDIDO NÃO SE RECUPERA

As palavras lançadas não voltam atrás, o tempo perdido já não tem retorno e a vida esvai-se, no silêncio voraz. Fica o caminho, diluído, sem...