terça-feira, julho 03, 2018

MORRI NO DIA EM QUE ME MORRESTE

Morri no dia em que me morreste,
no dia em que o sol mergulhou no abismo
para não mais se levantar.
Morri no dia em desapareceste,
no dia que viraste costas, no mutismo
de quem não tem como se explicar.
Morri, depois, no dia em que te esqueceste,
em que, estando, partiste no derrotismo
da vida cansada de lutar.
Morri, sem vontade de regressar.

Morri no dia em que me disseste adeus, sem dizer,

e eu fiquei vazia, sem chão, sem rumo,
morri no dia em que o relógio quebrou as horas.
Morri no dia em que deixaste a minha vida morrer,
em que me apagaste, transformaste em fumo
um amor que nunca teve escoras,
que foi incondicional, foi razão de viver.
Morri quando a noite te abraçou a prumo
lançando um feitiço de esquecer.
Morri, sem vontade de continuar.

Morri no dia em que me escalpelizaste de mim

da entrega sem barreiras ou medo, apenas amor total.
Morri no dia em que desististe de lutar,
cansada, disseste; adeus mundo, é o meu fim.
Morri no dia em que o limbo recebeu o foral
para invadir uma vida arrasando tudo ao passar.
Tanto faz o frio ou o sol, não importa se é assim
que as horas passam pasmadas, irónico cerimonial,
de um triplo salto sem glória a conquistar.
Morri, sem vontade de retornar.

Morri no dia em que me morreste,

morri no dia em que desapareceste,
morri no dia em que esqueceste.
Morri sem pena nem medo; apenas ... morri de mim.


Lágrimas de lua
Imagem retirada da net


7 comentários:

Flor de Jasmim disse...

Um poema tão triste minha querida, como o teu coração está a sofrer.
Como eu queria ter o poder para aliviar essa dor enorme que não te abandona.

Minha querida, um forte abraço, sente-o.

Jaime Portela disse...

Também se morre sem ter morrido...
Um poema sofrido, mas excelente. Parabéns pela inspiração.
Querida amiga, bom fim de semana.
Beijo.

CÉU disse...

Olá, minha querida amiga!

Espero k esteja bem, ou melhor, à sua maneira, assim diz a canção.
Eu, um pouco melhor das mãos, mas sem hipóteses de grandes e mtas escritas. Enfim, vou fazendo lenta e espaçadamente.

Que poema tão bem feito, tão bem estruturado e tão triste, tb tenho de dizer, mas os poetas são assim, fingidores, pke a minha amiga até pode estar em fase alta.
Não sei, por enqto, o que é morrer por dentro, mas entendo razoavelmente esse estado anímico.

Beijinhos e bfds.

Reflexos Espelhando Espalhando Amig disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Reflexos Espelhando Espalhando Amig disse...

Querida,
O amor faz a gente morrer sim,
mas também nos faz renascer.
Lindo e sentido poema.
Quero seguir aqui mas não
visualizei onde posso aderir
a seu blog.
Aguardo sua vista no Espelhando.
Bjins
CatiahoAlc.

LuísM Castanheira disse...

Estranho, minha Amiga, está minha vinda, hoje, aqui.
Vi ver novos comentários e tinha (tenho) a impressão de ter comentado tempo atrás. Até quase jurava (o que não se deve fazer) que vi o comentário logo após editado.

Mas isto da NET, nunca se sabe...
Por vezes acontece algo sem explicação.
Pois bem... Primeiro, espero que se encontre bem. Isso é o mais importante.
Segundo, este seu post, é um murro no estômago, tal a angustia com que o leio. Isto, porque a sua escrita é um correr do pensamento, no sentir, com as emoções, como se grito fosse, e solidão houvesse.
Espero estar enganado e que nestes dias o Sol brilhe intensamente no seu olhar e no coração.
Fique bem, minha Amiga
Um beijo no Luar.

Jaime Portela disse...


Passei para ver as novidades.
Mas gostei de reler este excelente poema.
Querida amiga, continuação de boa semana.
Um beijo.

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