quinta-feira, setembro 06, 2007

SEM ABRIGO

Sou sem abrigo da vida,
vagabunda de sonhos,
entre águas dividida.
Sou deserdada da sorte,
entre os negros medonhos
caminho ao sabor da morte.
Sou sem abrigo da terra,
sou folha levada p’la aragem,
sou o vento agreste da serra
arrastada nesta voragem.



Sou a alma que caminha
sem rumo, destino, ou sorte,
deserdada, na lama patinha
sem nada que a conforte.
Sou sem abrigo da vida,
vagabunda de sonhos
sou alma penada, perdida,
em passos sem rumo, tristonhos.

5 comentários:

SILÊNCIO CULPADO disse...

Dolorosamente convincente mas de tão magoada chega doer a quem te visita.
O sol voltará a nascer e ainda que te mostre uma outra realidade verás que vale a pena.

Phantom of the Opera disse...

Depois de ler as tuas palavras deu vontade em ir ter contigo e abrigar-te. Vi o teu lindo olhar neste belo poema.

Beijo profundo deste amigo que tanto te estima.

igara disse...

Olha Luar, estive arredada durante uns tempos destas lides cibernéticas e volto para te ler assim. Parece-me, que há na vida, momentos destes, de desamparo, solidão, de desânimo...mas eu sei, que esses, são sempre pontos de viragem para quem sente, e ,em especial, para quem coloca entrega no que faz. Sei que o teu caminho tomará rumo, só porque, se vai edificar no teu Sentir!
Um beijo enluarado, e um abraço especialmente apertado! :)

Silêncio © disse...

Fiquei enlevada e siderada pela beleza das tuas palavras...

Um Beijo Sereno

Anónimo disse...

Mas que pessimismo. è um poema negro, triste, mas muito...muito bonito. Os grandes poetas conseguem tornar belo mesmo o cenário mais negro. Um beijo

O TEMPO PERDIDO NÃO SE RECUPERA

As palavras lançadas não voltam atrás, o tempo perdido já não tem retorno e a vida esvai-se, no silêncio voraz. Fica o caminho, diluído, sem...