terça-feira, julho 28, 2020

ALADA ALMA



Nascem asas na alma que se eleva, leve como pomba de paz,
suave como beijo de rosa, doce como mel de zelosa abelha.
Voa, liberta de sonhos traidores, voa em cores de aurora que traz
o raiar de um novo dia. Voa, cheirando a musgo e groselha,
a flores de verde pinho, a salgada espuma e agreste alecrim.
Voa como se o mundo terminasse nos braços de um arlequim.
Nascem asas na alma, como gotas de orvalho beijando a terra,
enchendo o mundo de espanto, de sonhos de amor eterno.
E a alma eleva-se, liberta; já não tem paz, nem ódio, nem guerra!
É apenas alma branca, vestida de translucido e sereno Inverno.

Abro as mãos… parte a alma, eleva-se sobre este cais – perdido –
voa! Já não olha para trás. O passado por lá ficou, aprisionado e vivido.


Lágrimas de lua



quarta-feira, julho 15, 2020

NO OUTRO LADO DO MUNDO























Eu já fui águia; voando sobre o mundo escondido,
planei sobre sonhos. Plantei sementes de eternidade,
espalhei poalha de estrelas e vibrantes raios de sol,
despenhando-se em nuvens de tempo esquecido.
Eu já fui andorinha; saltitante de alegre serenidade,
olhando um alvo, rugoso, e encantado lençol.
Eu já fui sombra, e já fui luz. Já fui amante e perdi o pé,
já fui leve, como aragem de Verão, roçando breve a espuma.
Amei olhando, amei amando. Abri o peito com adaga de ocaso.
Elevei-me nas asas de uma viagem longínqua, de mar sem maré,
de espanto e de encanto, de descobertas, de arrepiada bruma.
Mergulhei sem destino e acordei num outro mundo… por acaso.
Seria? Quem me abriu os olhos, me mostrou o infinito?
Quem me deu asas de andorinha e olhar de águia, sopro de vento,
coração navegante? Um arroubo de azul? Um pedaço de granito?
A voz da natureza? Um mergulho no denso negro e cinzento….
Eu já fui águia… e mergulhei; no outro lado do mundo.


Lágrimas de lua

O TEMPO PERDIDO NÃO SE RECUPERA

As palavras lançadas não voltam atrás, o tempo perdido já não tem retorno e a vida esvai-se, no silêncio voraz. Fica o caminho, diluído, sem...