sexta-feira, outubro 26, 2012

VELUDO NOCTURNO


Há na noite o veludo do segredo e o desespero da imensidão.
Há na voz do mar o eco do tempo que passou e do que se perdeu,
há nas mãos abertas o vazio por preencher e a dolorosa vastidão
por terminar, por entender, há a ânsia do dia que não nasceu.
Há na lua prateada a frieza do brilho refulgente e distante,
há nas horas mortas a vida que pulsa intensa e incessantemente.
Há em cada olhar a profundidade de um sonho latente,
um secreto desejo docemente guardado no fundo do ser,
há o beijo adiado, a amor incumprido, a ferida permanente,
a dor silenciosamente navegada, abraçada mesmo sem se querer.
Há na noite o vestígio de mais um dia, passado, vivido, cumprido
como um dever, como uma obrigação sem razão, só percorrido.
Sem qualquer justificação... Há na noite....Tanto por caminhar...

O TEMPO PERDIDO NÃO SE RECUPERA

As palavras lançadas não voltam atrás, o tempo perdido já não tem retorno e a vida esvai-se, no silêncio voraz. Fica o caminho, diluído, sem...