Eu já fui águia; voando sobre o mundo escondido,
planei sobre sonhos. Plantei sementes de eternidade,
espalhei poalha de estrelas e vibrantes raios de sol,
despenhando-se em nuvens de tempo esquecido.
Eu já fui andorinha; saltitante de alegre serenidade,
olhando um alvo, rugoso, e encantado lençol.
Eu já fui sombra, e já fui luz. Já fui amante e perdi o pé,
já fui leve, como aragem de Verão, roçando breve a espuma.
Amei olhando, amei amando. Abri o peito com adaga de ocaso.
Elevei-me nas asas de uma viagem longínqua, de mar sem maré,
de espanto e de encanto, de descobertas, de arrepiada bruma.
Mergulhei sem destino e acordei num outro mundo… por acaso.
Seria? Quem me abriu os olhos, me mostrou o infinito?
Quem me deu asas de andorinha e olhar de águia, sopro de
vento,
coração navegante? Um arroubo de azul? Um pedaço de granito?
A voz da natureza? Um mergulho no denso negro e cinzento….
Eu já fui águia… e mergulhei; no outro lado do mundo.
Lágrimas de lua
7 comentários:
Abre as asas! Lembra o fascínio do voo!
Que imagem espetacular querida Paula! A imensidão que condiz com o imensurável de suas palavras... E somos, e fomos e ainda seremos mais, e além do que nos recordamos, do que compreenderemos... Mas, tudo é vida que grita a pedir por mais. Voe alto, se renove como fazem as águias que azul nos espera. Lindo!!
Voltarei para ler muito mais, obrigada pelo carinho e amizade! Beijos
Uma maravilha que me faz transcender a outro mundo talvez irreal, repleto de luz, clarividência e de amor, enquanto, embora por breves momentos, me fez sair deste em que estamos a viver.
Nunca sabemos bem o que nos impeliu neste ou naquele voo...
Uma coisa é certa, este teu poema é fabuloso. Encantas-me, sempre.
Bom fim de semana, querida amiga.
Beijo com imenso carinho.
Olá!
Penso que é a primeira vez que visito o seu gentil blog.
Gostei.
Saudações poéticas!
Voltei e gostei de reler.
Continuação de boa semana, querida amiga.
Beijo.
Que sempre consigamos abrir as asas para tentar voar, nem que seja num curto voo.
Beijo e boa semana
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