quinta-feira, junho 23, 2011

COMO SE FAZ UM CAMINHO?




Quando a luz não rompe a escuridão



e o silencio nos toma pela mão



como criança perdida no caminho,



o que fazer para não perder o rumo?



Quando a dor vem à tona de mansinho



e abrindo a ferida mais um bocadinho,



deixa escapar todo o inverno,



o que fazer para se manter o prumo?



Quando a noite cai estrelada e fria



e a estrada fica ainda mais sombria



agrilhoada e presa num imenso inferno,



o que fazer para olhar o amanhã?



Como se espera por outro amanhecer



quando só o breu envolve todo o meu ser?!

sábado, junho 18, 2011

EMPTY NEST





Como um iceberg em que a ponta se eleva imaculada sobre as águas geladas e profundamente negras.






Como a trovoada seca, cujos raios riscam o céu plumbeo de nuvens prenhes de uma água que tarda em cair.






Como o abismo que desce, desce, desce...e guarda o mais profundo dos silêncios, a mais violenta de todas as dores.






Como o vazio glauco de um dia sem história, cortado por um vento abrasador que destroi tudo à passagem.






Como a tempestade que açoita fustigante a mole rochosa de um sentimento que luta ainda, mas se abandona a cada nova vaga.









Um suspiro de anjo preso num brisa suave. Um voo breve de uma andorinha solitária. Uma restea de sol sobre as águas ao final de um dia. Tudo tão fugaz, tão breve...Como um pensamento

O TEMPO PERDIDO NÃO SE RECUPERA

As palavras lançadas não voltam atrás, o tempo perdido já não tem retorno e a vida esvai-se, no silêncio voraz. Fica o caminho, diluído, sem...