Como fios de ouro de um colar perdido
como pérolas negras sem qualquer sentido,
como mãos abertas pedindo perdão,
como lágrimas desertas nesta solidão.
Como névoas vagas, humidas e dolentes
como prosas amargas, duras e pungentes.
Como águas mansas em doce quebranto,
como pássaros feridos de dorido canto.
Luto com as armas que a vida me dá,
luto com a garra que em mim ainda há.
Luto com a alma em chaga profunda,
luto com o coração que aos poucos se afunda.
Como fios de prata de uma velha pulseira
esquecida, perdida numa qualquer prateleira,
como fios sem ponta, princípio ou fim
como folhas mortas esquecidas de mim