Escrevo no vento as palavras que guardo
perdidas, trancadas em mim.
Escrevo neste tom sombrio e pardo
a escuridão fria e sem fim.
Escrevo na dourada manhã
cravo, canela e hortelã,
rosas bravas de magia.
Escrevo no vento e na chuva,
escrevo nas nuvens, no mar,
escrevo na lágrima que turva
o meu tristonho olhar.
Escrevo no coração em chama
com estilete cor de fogo,
este grito de quem ama
calado em mar revolto.