Guardo a capacidade de sobreviver ao que fere,
ao que mata e destrói.
Guardo a força de olhar mais longe, para o que difere
do caminho que não constrói.
Guardo a capacidade da aceitação, sem revolta,
sem resistência ou controvérsia.
Guardo-me na caminhada sem guarda nem escolta,
e sigo, no movimento e na inércia.
Guardo cada partida e cada chegada,
cada perda e cada abandono.
Guardo cada inevitabilidade na alvorada
de um novo dia sem retorno.
Guardo a capacidade de sobreviver ao imponderável,
porque a vida é apenas um sopro de infinito.
Lágrimas de lua