De olhos cerrados ao ruído da vida, parti!
Parti de mim e dos outros… apenas fluí.
Senti o sopro do vento agreste, e o sal; duro,
de um mar que envolve e abraça; ninho seguro
de uma alma em viagem, de um ser em busca,
de um corpo que respira e sonha e em si rebusca
todos os acordes de uma muda melodia.
De olhos cerrados sigo ao som de uma fantasia.
Num pólo que não tem avesso nem direito,
lanço todos os silêncios, escuto o coração no peito,
ganho olhos de milhafre, e alma de pomba amável,
vogo em concha de perdido nautilus palpável,
da vida contorcida em partos sem retorno.
É um caleidoscópio de verde, e um abismo moreno,
rodopio de insustentável leveza sobre um olhar sereno.
De olhos cerrados ao ruído da vida, mergulhei
nesta viragem de polares agitações, e pintei
uma tela de involuções em verdes intemporais.
Lágrimas de lua
3 comentários:
"De olhos cerrados.."
Uma viagem ao mais íntimo do sentir.
E a leveza do espírito, astrolábio a medir paixões.
Gostei muito, minha amiga.
Um resto de Setembro feliz e cheio de bem-estar,
com um beijo.
Os meus aplausos para este excelente poema.
Gostei muito, do princípio ao fim.
Querida amiga, um bom fim de semana.
Beijo.
Excelente poema. Bom dim de semana
Beijo
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