Guardo nos olhos as brumas dos tempos;
de sonhos vividos e de desejos sonhados.
Trilho os meus devaneios, sempre calados,
em estrada de sinuosas formas, alienadas.
Escrevo no vento histórias desalojadas
dos recantos da memória, empoeirada.
Abro as mãos deixando livre a madrugada,
guardo nos olhos as brumas dos tempos;
e nos alvores de estiolada esperança
pinto um arco-íris de risos e temperança.
Rasgo janelas em baças paredes ancestrais,
abro alas aos enfeitiçantes e alegres jograis.
Quebro os diques de todas as arcanas memórias,
deixo fluir o passado entre pétalas e escórias,
mas guardo nos olhos todas as brumas dos tempos…
Lágrimas de lua