Por entre as palavras mordidas e os silêncios demorados,
decorrem os dias. Escorrem as horas e passam os anos.
Moldam-se as vidas como barro em mãos de oleiro,
formam-se montes e vales em corações enamorados.
Crescem muros de feroz desilusão pontuados de enganos,
bordados por pérfida mão, ou mago traiçoeiro.
Por entre as sobras de um amor incumprido e as lágrimas
derramadas, como chuvas de uma eterna Primavera.
Por entre os cacos de um espelho usurpador,
deambulam as palavras que jamais se dirão, e as rimas
que não se completarão. E na solidão que impera
pairam sentimentos amordaçados num silêncio ensurdecedor.
Por entre as palavras mordidas e os silêncios forçados,
escorrem pedaços de vida, teias de memórias. Momentos passados.
Lágrimas de lua