Estas sementes de invernia que se acomodam no coração,
são gotas de chuva fria, suspiros de vento, lágrimas de emoção.
E na branda melodia que nos aconchega a esquecida alma,
ecoam neblinas do passado, que nos vestem com a calma
de quem superou o medo, de quem venceu a solidão.
Estas sementes de tempo que se escoa devagar,
são beijos na noite densa, que ficaram a flutuar.
Ao longe brilha um farol. Entrecortada claridade
que aflora cada vida a passar, numa utópica eternidade,
em cais de partidas sem retorno, grilhetas de escravidão.
Estas sementes de invernia brotam como erva daninha,
invadem o sereno, o silêncio, desta noite só minha….
Lágrimas de lua