Abracei o ar fresco e o céu cinzento da manhã, encolhi-me nas profundezas do casaco quente, e deixei que a aragem me beijasse o rosto, permiti que os ouvidos ouvissem o canto das aves nas ramadas destas árvores despidas mas que são o seu lar e dei comigo a distinguir os cantos e a sorrir ante as árias que se digladiam de garganta em garganta em trinados mil.
A calma e o sossego da hora matutina invadem-me e dão uma sensação de paz de tranquilidade como se no mundo apenas eu pisasse o solo encharcado das chuvas.
Fechei os olhos e encostei-me a um velho muro onde a folhagem avermelhada e amarela ainda subsistem, teimosamente.
Quase podia tocar o intocável, alcançar o intangível, ver o invisível....É em momentos como este que Deus nos toca.
E assim comecei um novo dia.