Num mar sem rumo ou maré,
águas vivas imprecisas e soltas,
ora se caminha ora se perde o pé,
ora são mansas ora revoltas.
Silencioso barco de névoa solitária
e brumas por velas cinzentas,
onde o timoneiro é uma alma pária
de mágoas duras e pardacentas
que navega sem destino ou rumo.
Olhos glaucos, ou nuvens de fumo,
mãos crispadas no leme inerte,
vazio, eterno, à espera que desperte
ao som estrepitoso de uma vaga,
ao pio estridente da gaivota solitária,
tão solitária como a negra fraga
que no horizonte se ergue. Calcária
de tão fria, basáltica de tão negra.
Num mar sem rumo, calenda grega,
que de eterna tem a condenação
escrita e assinada a esmerilado carvão.
E de olhos perdidos na liquida imensidão
vai o timoneiro louco, alma desnuda
num grito calado de dor e solidão,
que o coração cala e o mar não muda.
5 comentários:
Poemas muito bonitos
Mosta que foram feitos com todo o cuidado e pormenores
e cheios de conteúdo.
Beijinho
QUERIDA AMIGA, BELÍSSOMO POEMA... MUITO BEM EXTRUTURADO... ADOREI !!!
TODOS OS TEUS POEMAS SÃO PERFEITOS... UM BEIJO DE MUITO RESPEITO.
LOURENÇO
Lindo amiga mas o mar faz-nos mesmo sentir tudo isso e muito mais...
Passei correndo
Com xuva,vento e frio
Passei voando
Arrastada por um fio.
Não passei por nada
Apenas ,porque de mim emana
Grande amor por meus amigos
Passei desejando bm fim d semana.
Beijinho prateado com carinho
SOL
Peço desculpa mas gostei tanto deste poema que cometi a ousadia de o surripiar para publicar no meu blog.
Cumprimentos
Rodrigo
rmanuelh.blogspot.com
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