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Acordam as doces sombras do caminho
que trilho em passos lentos sem fim,
nos ramos das árvores em cada ninho
aconchega-se a vida sem mim.
Nas veredas desta oca vida
que passo a passo se percorre,
entre lágrimas e sorrisos dividida,
o coração lentamente cala-se e morre.
Doce morrer entre o arvoredo,
entre as sombras das veredas!
Doce olhar à volta, e sem medo
partir suavemente envolta em sedas,
em carmim e verde água,
entre azuis e lilazes de saudade.
Alma que deslizas sem a mágoa
que um dia te feriu sem piedade.
Acordam as doces sombras do meu caminho...
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