Como os lençóis que se mudam
ao fim de neles dormir,
como as flores que murcham
e as que nem chegam a florir.
Como as águas que rápidas correm
por baixo de tantas pontes,
e como as roupas que se escolhem
agora, para depois serem montes
de trapos sem préstimo ou uso.
Como a roca de cada fuso
e a trama de cada tear,
como o carro que se afina
para que continue a andar.
Ou como a calada máquina
cuja manutenção há que acautelar.
Como a folha onde se escreve
uma nota solta para memorizar.
Ou como a lembrança breve
de um tempo que passou.
Como a imagem que se apagou
do negro quadro de ardósia.
É o preço que se paga,
porque...Tudo tem um preço
2 comentários:
Tudo tem, de facto, um preço na vida e tu exemplificas essa verdade de forma brilhante neste poema, como é habitual em ti.
Um beijo grande "velha" amiga.
Minha querida amiga,
Sim tudo tem um preço e por vezes o preço e tão alto que nunca acabamos por pagar.
Te ler e ler a alma de um raio de luar em noite escura que nos faz acreditar que tudo pode ser muito mais bonito.
Desculpa minha ausência,mas a vida tem me dado a outra face para eu saber o que a vida e.
Mil beijos
Rachel
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