Coisas pequenas, tão pequenas, deixam marcas, grandes e doridas marcas.
Parecem insignificantes na sua pequenez, minúsculas e parcas,
Parecem insignificantes na sua pequenez, minúsculas e parcas,
e no entanto abrem fundos sulcos como corregos sofridos e duros.
Como grilhetas, ferros, mordaças e inescaláveis muros
de calada dor e imensa solidão, de luta renhida sem fim à vista.
Coisas pequenas de longas sombras, e na onda, bem lá na cinzenta crista
equilibra-se o desespero e a esperança, a luz e a sombra, o sol e lua,
a vontade e o abandono, o amor e o ódio, e esta verdade nua e crua
que marca cada passo, cada suspiro, cada dia e cada noite...
São coisas pequenas, mas tão pequenas e no entanto...
Tão imensamente presentes, tão intensamente marcantes,
tão desesperadamente torturantes.
Coisas pequenas, tão pequenas....