A meio caminho entre o principio e o fim,
a dois passados do passado e outros dois do futuro,
olho a estrada nos dois sentidos partindo apenas de mim.
E nas sombras aniladas está um caminho obscuro
que trilhei, andei,
suei, e bem ou mal já percorri.
A meio caminho entre o ido e o que está para vir,
está uma vida meio desfeita, meio perdida, meio esfumada
e dividida. Estão os erros e as lições, está um vazio a
ferir.
Está a vontade de seguir e o desejo de ceder, extenuada.
No meio da estrada da vida o que foi que já vivi?
A meio caminho do fim olho em frente o infinito,
e apenas vejo o passado projectado para a frente.
Está lá o anil nas sombras, e o vazio, negro retinto,
estão lá os ecos passados reflectindo-se obstinadamente
nessa estrada longa e fria. O passado e o futuro estão aqui.
Tocam-se no meu corpo desnudado no fio da meia estrada,
no frio da meia vida, na solidão do atrás e do à frente.
Parada no caminho árido e escuro, como árvore seca e
descarnada.
Olho o passado com nostalgia e o futuro amargamente.
O passado e o futuro chocam-se e fundem-se em mim.
6 comentários:
Ficastes a sós com a tristeza
que hoje te invade.
Os dias vagueiam sós por uma solidão
que termina em parte nenhuma.
Desperta desse sono
que a cada dia rouba de ti um pouco,
abraça o passado e o futuro
e deixa que se (a)fundam em ti!...
Beijos
AL
Um passado, que não pode ser alterado, nem esquecido, apenas aprender a viver com ele, pois, isto é o que digo, mas difícil de fazer.
Triste, muito triste este texto, mas na verdade, ao ler, senti que tinha sido escrito para mim, infelizmente.
Estou contigo minha querida amiga.
Beijinho e uma flor
Extraordinário poema como todos, os desta Grande Poetisa, que me fazem pensar deixando-me levar no embalo do pensamento e da beleza deste poetar maravilhoso e único.
Parabéns Grande Poetisa!
ZCH
Minha doce amiga! Estes momentos de intensa reflexão nos chegam muitas vezes envoltos na nostalgia, na tristeza, na saudade, nas frustrações, e vem embalados em fragmentos de sonhos que um dia fizeram brilhar o nosso olhar e acelerar no nosso coração. Eles chegam assim, doídos, machucados, e nos trazem a sensação de inutilidade, a tristeza de saber que o tempo passou e que nada daquilo que planejávamos se concretizou. Nosso olhar se perde ao longe, ora no passado, ora no futuro, e mesclamos todas as emoções já sentidas e aquelas que imaginamos iremos um dia sentir, e elas fazem uma miscelânea tão grande de sentimentos dentro de nós que ficamos assim, à mercê da negatividade, do terrorismo que impomos a nós mesmos. Mergulhar no passado e tentar antever o futuro baseados naquilo que já fomos, que já vivemos, nos fará cada vez mais distantes do presente, daquilo que estamos vivendo e na verdade, o que importa é nos focarmos naquilo que somos agora, nas situações que estamos mergulhados no agora. São as sensações, emoções e sentimentos de agora que nos farão delinear melhor o caminho que devemos seguir. São as vivências do presente que nos farão não apenas sonhar/idealizar o futuro, mas planejá-lo, construí-lo, e arrumar armas e meios de que ele seja pelo menos um pouquinho daquilo que queremos. O muito vai depender da forma e do empenho que aplicarmos no projeto.
Minha linda, o teu poema é belíssimo se o colocarmos no patamar das construções poéticas vivenciadas, mas é de uma tristeza e nostalgia que nos toca a alma também. Acredito que a pessoa que já vivenciou momentos assim tem uma maior possibilidade de entender tão belos e sentidos versos.
De qualquer forma, gosto sempre de te ler e aprecio essa tua forma de expressão.
Estou deixando minha solidariedade, meu carinho, milhões de sorrisos e estrelas para brincar no teu domingo e na tua semana,
Helena
Não podemos ficar parados a meio do caminho.
É preciso prosseguir a todo o custo.
Gostei do teu texto, embora sofrido.
Querida amiga, tem um bom resto de semana.
Beijo.
Não podemos ficar parados a meio do caminho.
É preciso prosseguir a todo o custo.
Gostei do teu texto, embora sofrido.
Querida amiga, tem um bom resto de semana.
Beijo.
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