Cobre o meu corpo de alvas penas, suaves e perfumadas,
cobre os meus olhos de liláses sombras e ocasos vermelhos.
Cobre a minha alma de negro veludo, desata as lágrimas
amordaçadas.
absolve as minhas mágoas em desfiados evangelhos.
E absolve os meus
medos em rosários de orvalho.
Faz dos meus passos uma valsa, um tango grisalho
onde as memórias se perdem, e os anos vem morrer.
Cobre o meu corpo de verdes heras, e papoilas rubras
cobre os meus lábios de poemas ainda por dizer,
e que a névoa com que me envolvas e cubras
seja o trilho de alvoradas ainda por inventar,
seja o etéreo vestido da virginal noiva no altar.
Mas cobre o meu corpo de sedosas pétalas, odorosas,
brancas, rosa, vermelhas, amarelas, liláses, a desfolhar.
E cobre os meus olhos de sonhos e às mãos ansiosas
ensina-as simplesmente a saberem dedilhar
as dobras da vida e as esquinas deste caminhar.
4 comentários:
Dizer seja o que for, estragarei a magia das tuas palavras.
Abraço-te, sente, sei que é difícil, mas pode ser confortante.
Beijinho no teu coração
Tão belo!... Tão real!...
Retenho a tua voz de poeta,
atravesso as noites com asas de seda
para não acordar o silêncio
que se deita na manta onde
apenas brilham as lágrimas
de uma lua feita de paixão...
Beijos,
AL
Sinto tristeza nas tuas palavras... mas faz do teus passos uma valsa ou um tango e sê feliz...
Beijo de...
Saudade
"cobre os meus lábios de poemas ainda por dizer"
E por certo, amiga, ainda irás nos brindar com preciosos poemas, como este que nos chega como uma oração em pedidos tão pungentes quanto belos.
Com toda a certeza irás
"dedilhar as dobras da vida e as esquinas" deste teu caminhar com a mesma aptidão com que transitas pelo mundo da poesia.
Sorrisos e estrelas nas horas da tua semana, meu anjo!
Com carinho,
Helena
(novidades lá no meu cantinho...)
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