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Um rasto de luz, uma porta entreaberta,
um sopro de verde, uma lágrima de vento,
notas soltas no sereno pela mão da feiticeira
que da lua espreita, esta ilha deserta,
este chão de pedras magoadas de esquecimento.
Uma barca sem leme pela bruma aventureira.
Uma voz que desliza, nas sombras de uma inventada aurora,
porque não sabe se acorda, se grita, se ri ou chora.
Um olhar sem idade, nas encruzilhadas do nada,
porque perdeu o combate, porque sucumbiu ao fio da espada.
Uma criança que espera no cais de todos os adeus,
embebido de águas sem tempo, de um azul profundo,
de um grito de prazer amordaçado pela mão do vazio.
Um dia que adormece nos braços robustos dos plebeus,
repousando da fome e da imensidão do mundo.
Uma carta sem palavras no mais sano desvario.
Uma pedra laçada, uma onda maior, uma praia sem mim,
uma aurora anunciada em noites de veludo e jasmim.
Uma taça doirada, de fel adornada, um beijo suspenso,
uma vida lacada, uma tela inacabada no suave perfume de
incenso.
Lágrimas de lua