sábado, dezembro 22, 2018

NATAL...TALVEZ



VOTOS DE FESTAS FELIZES









A bruma acumula-se nos beirais, gélidos de invernia,
traz a cor das neves solitárias, o hálito de manhã fria.
A distância impõe o silêncio de mãos vazias de tudo,
de olhos em busca do tempo que, veloz, recua mudo.
Como em caleidoscópio infantil a vida passa de fugida,
passam os risos, os sonhos, a luz, a cor, a harmonia perdida,
passam festas e alegrias, passam beijos com calor por dentro,
e passam os anos arrastando almas. Agonizando no centro
está um coração vazio, fechado em cofre sem chave ou sentido,
está uma vida, no limbo de um caminho percorrido.
A bruma cheira a Natal, cheira a madeira e aconchego,
a bruma amortalha-me a alma numa dor que calo e carrego.


Lágrimas de lua

3 comentários:

LuísM Castanheira disse...

Que fiquem felizes as crianças, pois e' delas
sonhar que este dia e' diferente. E' especial.
Do resto, fica o consumo a latejar nos bolsos
vazios e nos albergues a abarrotar.

De qualquer forma, minha Amiga, esse cheiro de madeira
a arder, na fogueira do adro da aldeia, ainda hoje me
lembra os melhores natais.

Passe um dia de natal o melhor possível e aguarde
um melhor ano novo.

Um beijo carinhoso e amigo.

Jaime Portela disse...

Tudo passa de fugida.
Principalmente as coisas boas da vida...
Magnífico poema, gostei imenso.
Querida amiga, bom resto de semana e um Feliz Ano Novo.
Beijo.

Flor de Jasmim disse...

Uma das piores dores!

um poema tão doloroso mas magnifico.

Beijinho minha querida.

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As palavras lançadas não voltam atrás, o tempo perdido já não tem retorno e a vida esvai-se, no silêncio voraz. Fica o caminho, diluído, sem...