Nas asas da música, numa noite de escuro sereno,
as mãos bailam sobre as teclas brancas e negras,
os sons desenham momentos sonhados, idealizados.
E a música ecoa pelas dobras desta noite de terreno
e silencioso encanto. Como amo o que sonho! Sem regras,
sem bem nem mal; apenas música, e desejos tão calados.
Nas asas da música, que dos teus dedos se eleva, como aragem,
como doce neblina, como secreto beijo, ou profunda lagoa,
nas asas da música que dedilhas com alma de gaivota em viagem,
com olhar de menino sem chão, de rainha sem coroa.
Nas asas de um clássico, o tempo esvai-se, dilui-se e cresce,
como Adamastor, em noite de temporal; como mágico,
como eleito, como deus de um mar menor e sonho maior.
Nas asas da música o mundo respira, a rosa floresce,
o mar cala-se e o olhar espraia-se no amargor trágico
de um amor desfolhado antes de florir, espalhando ao seu
redor
o perfume de uma alma que dança, nas asas da música, no fio
do som.
Rodopia nas notas que esse piano exala, prolongando o teu
dom.
Nas asas da música, nesta noite de todos os sonhos…. Por cumprir
Lágrimas de lua
imagem retirada da net |
2 comentários:
O amor não tem regras.
Essas, ficam para a música do piano, e para as tuas palavras (mas aqui a regra é outra, é tua e é a da qualidade que sempre emprestas a cada poema).
Escusado seria dizer que gostei imenso deste teu excelente poema. Parabéns.
Querida amiga, um bom fim de semana e um Natal muito Feliz.
Beijo.
Voltei, porque faço as minhas visitas após cada publicação, e para te deixar, mais uma vez, os meus votos de um Feliz Natal, que se prolongue por todo o próximo ano.
Beijo, querida amiga.
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