O vento rasgou-se pelos fraguedos,
uivando por entre as penedias,
açoitando as copas em diálogos; bravias.
Vergando os troncos ao peso dos segredos.
O dia foi-se escoando, pela brecha das horas,
e a ventania, rugindo, empurrando as demoras
que o tempo se apressa, e não para, nem espera.
As árvores falavam, na sua linguagem de folhas,
balouçando, assustadas, ao sabor do vento morno.
Dobram-se e contorcem-se alterando o seu contorno.
O vento das cercanias não permite outras escolhas,
açoita alegremente a paisagem, soprando sonhos,
afastando medos, e magos loucos e bisonhos.
Desnorteou-se o vento, como suspensa quimera,
de um outonal dia em despedida.
Lágrimas de lua
2 comentários:
Um poema belíssimo.
Parabéns pela excelência das suas palavras.
Continuação de boa semana.
Beijo.
Passei para ver as novidades.
Mas gostei de reler este magnífico poema.
Amiga, continuação de boa semana.
Beijo.
Enviar um comentário