Sim; ainda espero
as horas das promessas do amanhecer,
e das lembranças de cada doce e falacioso entardecer.
Sim, ainda olho a linha do
horizonte e sonho,
reconhecendo os traços do coração batendo tristonho.
Sim; é no ruborescer da nova
aurora que me sento,
em esperas, sem já esperar de
verdade, mas tento,
ainda, continuar a acreditar, a
somente superar.
Sim; é no encanto de cada hora
que busco o respirar.
Sim; ainda escuto a canção do
mar, na eternidade do vazio,
e ainda me debruço no abismo do
nada, para onde vai o rio
que me transporta sem norte.
Nem sul, nem rumo ou sorte.
Sim; ainda me levanto e
percorro a estrada, na inocência da morte.
E na sofreguidão da vida, e na
crueza da encruzilhada,
e na avidez do sonho e na
infinitude de cada alvorada.
Sim... ainda olho o infinito de
cada Ser.
Lágrimas de lua
1 comentário:
Um poema profundo e muito bem escrito.
Parabéns pelo talento.
Amiga, continuação de boa semana.
Beijo.
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