Olho a bruma que da noite se desprende
como esfumado sonho, sem tempo nem hora,
deixo perder o olhar na sonata que acende
as memórias de saudoso futuro, que demora.
Mergulho na sustenida neblina odorosa,
permito que os seus dedos me devassem a alma,
me percorram o corpo em viagem silenciosa.
Entrego a vida na sua inebriante e fosca calma.
E, de olhos vendados, caminho segurando o Nada,
carregando o Tudo, como se o mundo tombasse,
como se tivesse asas, dotes de adivinhação traçada
na palma da minha mão. Como se enfeitiçasse
esta eterna vida de árida e nua caminhada.
Entro, bruma a dentro, para um mundo só meu,
onde desabrocha uma nova alma desnudada,
onde enfrento o meu primordial EU.
Lágrimas de lua
3 comentários:
Excelente poema, muito bem construído.
Uma pérola poética que se lê com muito agrado.
Querida amiga, um bom fim de semana.
Beijo.
Uma bela viagem ao interior do "eu",
minha querida Amiga.
Introspeccao feita Poesia.
Um beijo.
O lema de cada dia. Enfrentar o nosso EU. Adorei o poema que é maravilhoso. Amiga, bom fim de semana e beijos com carinho
Enviar um comentário