Nascem asas na alma que se eleva, leve como pomba de paz,
suave como beijo de rosa, doce como mel de zelosa abelha.
Voa, liberta de sonhos traidores, voa em cores de aurora que
traz
o raiar de um novo dia. Voa, cheirando a musgo e groselha,
a flores de verde pinho, a salgada espuma e agreste alecrim.
Voa como se o mundo terminasse nos braços de um arlequim.
Nascem asas na alma, como gotas de orvalho beijando a terra,
enchendo o mundo de espanto, de sonhos de amor eterno.
E a alma eleva-se, liberta; já não tem paz, nem ódio, nem
guerra!
É apenas alma branca, vestida de translucido e sereno
Inverno.
Abro as mãos… parte a alma, eleva-se sobre este cais –
perdido –
voa! Já não olha para trás. O passado por lá ficou,
aprisionado e vivido.
Lágrimas de lua