Mãos abertas, mãos estendidas,
mãos indefesas e desertas
como o olhar perdido na imensidão
do mar em ondas rendidas,
em luas rasgadas e incertas.
Mãos desejosas sofrendo na solidão
do abraço que tarda, do beijo sonhado,
eternamente adiado.
Mãos que se fecham, mãos que choram
como órfãos no desconsolo da noite,
no desvario do escuro e duro vazio.
Mãos que se abrem e imploram
o toque breve, afago que se afoite
a quebrar as amarras e este frio
que se instala de manso e tudo consome;
O calor, o amor, a vida...tudo se some
nas mãos vazias, duras e frias,
somente abertas.
3 comentários:
Lindo! É de ler e reler...
Adorei!
Desejos de uma semana iluminada de paz amor e muita alegria
Bjs em seu coração
AnjoAzul
Este texto elevou-me ao meu mais profundo sentimento de carinho, porque me faz lembrar a minha avó, uma das pessoas ( senão mesmo a pessoa ) que mais me marca na minha vida. Nela vejo essas mãos, abertas a tudo depois de também terem dado tudo e muitas vezes sem retorno. No olhar um sempre terno abraço de quem tem tanta sabedoria para dar e quase sempre é desvalorizado. Na boca, um sempre presente sorriso, sofredor de uma idade que lhe merece respeito e gratidão.
Obrigada pelas palavras, têm o que de mais pacífico se pode ter e mais ensinamento se pode encontrar.
Belo poema! Adorei...
Beijos
AL
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