Dobrei os restos, as sobras,
arrumei-os no esquecimento.
Alisei da vida todas as dobras,
dos sonhos, de cada momento.
Enterrei todas as lágrimas
e apaguei a chama ardente,
depus o escudo e a esgrima
fechei a porta, tranquei o batente.
Dobrei tudo o que sobrou
sem mágoas e sem pensamentos,
e deste espaço que ficou
quero fazer novos momentos.
Do vazio que não destrói
quero que permaneça apenas
esta calma que não dói
esta dor que não tem penas.