Olhei o céu de cinzelado tom,
ouvi a chuva que mansa tombava
e deixei meu sonhos à desfilada.
Abri a janela da minh'alma ao som
da outonal chuva que tamborilava
nas minhas vidraças, à desgarrada
com o bater certo do coração errante.
Este eterno sonhador titubeante
que se vai dando em brandos enganos,
em arrobos de instáveis esperanças
e desesperados medos.
A chuva caía lavando os desenganos,
arreigando as certezas mansas,
agrilhoando mais e mais os degredos
da alma que já não acredita mas luta,
por uma qualquer obra do destino, escuta
a voz do coração que ainda bate
ao tom cinzelado do céu outonal.
1 comentário:
Enquanto se ouve o coração bater e se sente que chama por alguém é porque continua a valer a pena lutar e acreditar. Estou contigo qualquer que seja o caminho.
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