segunda-feira, setembro 20, 2010

CINZELADO OUTONO


Olhei o céu de cinzelado tom,

ouvi a chuva que mansa tombava

e deixei meu sonhos à desfilada.

Abri a janela da minh'alma ao som

da outonal chuva que tamborilava

nas minhas vidraças, à desgarrada

com o bater certo do coração errante.

Este eterno sonhador titubeante

que se vai dando em brandos enganos,

em arrobos de instáveis esperanças

e desesperados medos.

A chuva caía lavando os desenganos,

arreigando as certezas mansas,

agrilhoando mais e mais os degredos

da alma que já não acredita mas luta,

por uma qualquer obra do destino, escuta

a voz do coração que ainda bate

ao tom cinzelado do céu outonal.


1 comentário:

rita disse...

Enquanto se ouve o coração bater e se sente que chama por alguém é porque continua a valer a pena lutar e acreditar. Estou contigo qualquer que seja o caminho.

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As palavras lançadas não voltam atrás, o tempo perdido já não tem retorno e a vida esvai-se, no silêncio voraz. Fica o caminho, diluído, sem...