sexta-feira, janeiro 27, 2012

SONHO EM FARRAPOS

Feita de brumas insondáveis e vazios incontornaveis

são os desmandos de uma vida.

Desfeitos os sonhos, mortas as esperanças impenetráveis

como rosas desfolhadas na partida.

Suspensos os beijos no adeus que doeu,

perdidos os braços no abraço que morreu,

soluçados os desejos no tempo que terminou

no breve segundo que um suspiro levou.

Feita de densas brumas sem luz nem espaço,

são as veredas de uma vida cativa.

Poema sem rumo, palavras sem tom, pequeno pedaço

de um esfarrapado sonho sem perspectiva.

Feita de brumas...Feita de brumas...Feita de brumas,

tristes, insondáveis, dolorosas e impenetráveis brumas.

quinta-feira, janeiro 19, 2012

NOTAS DE UMA QUALQUER MELODIA


Desconsertadas notas de uma melodia quebrada
sem jeito, sem horas sem passado nem futuro.
Gaivota emudecida em ilha ignota de asas fechadas.
O vento ruge num Inverno gelado e prematuro,
e as notas ouvem-se soltas e dispares, desesperadas.
Melodias sem princípio nem fim, de rouca garganta soluçadas.
Como são tristes e desafinadas! Como são perdidas e ignoradas!
Gaivota sem voo, presa ao chão de olhos no infinito,
asas quebradas de marés por descobrir, por inventar,
vida indefinida ancorada num qualquer porto recôndito
com os dias por nascer com os dias por navegar.
Desconsertadas notas de uma melodia por tocar,
eterna peça por compor, eterno coração a sangrar.
Desconsertada nota de uma melodia incompleta
eterno voo adiado de uma gaivota em ilha deserta.



O TEMPO PERDIDO NÃO SE RECUPERA

As palavras lançadas não voltam atrás, o tempo perdido já não tem retorno e a vida esvai-se, no silêncio voraz. Fica o caminho, diluído, sem...