A noite cai, triste fria e roxa. A noite veste-se de negRo manto e sai à rua...Deambulante percorre a vida, entrega-se a cada esquina ao abraço dorido do vento norte, ao gélido bafo da invernia.
A noite desce e percorre os trilhos da solidão, da desilusão, vai de pés nus sobre as agudas pedras, vai de mãos vazias e olhos molhados. Vai sem rumo...Vai sem norte...Vai sem nada.
A noite cresceu e adensou-se nas horas vazias e ocas, como conchas mortas na areia de uma praia qualquer.
A noite, a bela e aveludada noite é uma dama solitária, um peão num tabuleiro de xadrez, uma folha dançando ao vento.
A noite, a acolhedora noite, é companheira de viagem, é o ombro nunca negado, o peito aberto para todas as lágrimas, a noite é o espaço de todas as angustias, de todos os tormentos e de todas as desilusões.
A noite, caiu uma vez mais...Vestiu o seu vestido de quieta solidão, pôs o negro manto de veludo espesso e... De novo saiu à rua pelos trilhos vazios da vida. E eu....Eu sigo-lhe os passos ... Silenciosamente.
2 comentários:
Minha querida amiga amei ler-te, uma profunda tristeza com uma beleza muito própria.
Em tempos a solidão era a minha única e fiel companhia, que não me abandonava, até um dia.
Bom fim de semana querida
Beijinho e uma flor
"A noite é sempre mais escura antes do amanhecer"
Muita luz!
Adorei o blogue! :-)
Bjinhos.
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