o ar fresco da noite embala as cortinas docemente.
Tenho a alma incolor, inodora, fria e silenciosamente deserta,
e o coração bombeia o sangue como sempre, compassadamente.
O mundo "pula e avança" nas palavras do poeta,
o mundo jaz moribundo, atirado a uma qualquer praia deserta.
O mundo é a bola colorida entre as mãos de uma criança,
o mundo é uma amalgama de destroços onde fenece a esperança.Mas ruge e agita-se o mundo, sem cessar, sem rodeios,
preso, agrilhoado, o que for! mas vibra a cada momento.
E a minha alma soçobra devagar, cai de mansinho sem devaneios,
apaga as luzes ténues de uma inocente credulidade, sem um lamento.
Pela minha janela aberta, chegam os sons do mundo, incoerentemente.
Pela minha janela aberta sai a minha alma fria e apagada, tristemente.