Um local tranquilo onde os raios de lua, feitos palavras, lançam feitiços e enxugam lágrimas
sábado, novembro 16, 2013
CINDERELA
Meia-noite! As badaladas ressoam duras pela noite!
Cinderela...Foge Cinderela...O teu tempo acabou!
Corre como louca para que o tempo não açoite
a tua doce ilusão de eternidade. Corre...O espaço terminou!
Meia-noite deserta de ilusão, como é dura a realidade!
Como magoam os passos apressados pela vida,
porque o tempo se escoou pela brecha da eternidade,
sucumbiu ao poder supremo de uma quimera dividida.
Foge Cinderela, corre! Deixa o sapatinho no chão,
ele será a memória, será a marca de um sonho partilhado,
será a lembrança ternamente guardada na solidão
do dia-a-dia. Corre Cinderela que o tempo é apertado!
Larga as vestes de magia, deixa a máscara de comunhão,
veste as roupas da monotonia, calça os sapatos de solidão.
Guarda o riso e a gargalhada, mostra apenas um sorriso,
caminha pela encruzilhada, decidida como é preciso!
quarta-feira, novembro 06, 2013
NA MARGEM... À MARGEM
Na margem olhando a imensidão das águas lívidas, desertas,
como deserto e lívido está o coração estremecendo no peito,
asa perdida em céu negro de nuvens carregadas e inquietas.
Como barco encalhado no lodo de um cais abandonado sem jeito.
Somente na margem olhando o espelho gélido beijado pela lua
fria e distante, branca e arrogante, branca e sobranceira espreitando nua.
Na margem despida de mim, despida de fogo e de neve, de amor e ódio,
despida da vida e da morte. Apenas na margem perdida sem rumo,
a meus pés as águas paradas e brilhantes são o silencio feito nó górdio,
são o caminho dos caminhos, são o equilíbrio num fio de prumo.
Na margem da vida, na margem do amor, na margem do sonho... Só,
Inteiramente só, lividamente só, perdidamente só, com asas feitas de pó,
de um pó luminoso e efémero onde apenas habita o vazio descolorado
E infinito. E na margem as águas mansas repousam embalando a vida,
embalando a morte, embalando o sonho perdido e desagregado.
Sobre as prateadas águas vogam memórias, desejos e uma alma dividida.
Na margem, apenas na margem da vida...
como deserto e lívido está o coração estremecendo no peito,
asa perdida em céu negro de nuvens carregadas e inquietas.
Como barco encalhado no lodo de um cais abandonado sem jeito.
Somente na margem olhando o espelho gélido beijado pela lua
fria e distante, branca e arrogante, branca e sobranceira espreitando nua.
Na margem despida de mim, despida de fogo e de neve, de amor e ódio,
despida da vida e da morte. Apenas na margem perdida sem rumo,
a meus pés as águas paradas e brilhantes são o silencio feito nó górdio,
são o caminho dos caminhos, são o equilíbrio num fio de prumo.
Na margem da vida, na margem do amor, na margem do sonho... Só,
Inteiramente só, lividamente só, perdidamente só, com asas feitas de pó,
de um pó luminoso e efémero onde apenas habita o vazio descolorado
E infinito. E na margem as águas mansas repousam embalando a vida,
embalando a morte, embalando o sonho perdido e desagregado.
Sobre as prateadas águas vogam memórias, desejos e uma alma dividida.
Na margem, apenas na margem da vida...
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