Na margem olhando a imensidão das águas lívidas, desertas,
como deserto e lívido está o coração estremecendo no peito,
asa perdida em céu negro de nuvens carregadas e inquietas.
Como barco encalhado no lodo de um cais abandonado sem jeito.
Somente na margem olhando o espelho gélido beijado pela lua
fria e distante, branca e arrogante, branca e sobranceira espreitando nua.
Na margem despida de mim, despida de fogo e de neve, de amor e ódio,
despida da vida e da morte. Apenas na margem perdida sem rumo,
a meus pés as águas paradas e brilhantes são o silencio feito nó górdio,
são o caminho dos caminhos, são o equilíbrio num fio de prumo.
Na margem da vida, na margem do amor, na margem do sonho... Só,
Inteiramente só, lividamente só, perdidamente só, com asas feitas de pó,
de um pó luminoso e efémero onde apenas habita o vazio descolorado
E infinito. E na margem as águas mansas repousam embalando a vida,
embalando a morte, embalando o sonho perdido e desagregado.
Sobre as prateadas águas vogam memórias, desejos e uma alma dividida.
Na margem, apenas na margem da vida...
Um local tranquilo onde os raios de lua, feitos palavras, lançam feitiços e enxugam lágrimas
quarta-feira, novembro 06, 2013
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1 comentário:
Que lindo minha querida, amei!
Na margem da vida está toda esta triste realidade que descreves com palavras tão belas.
beijinho e uma flor
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