quarta-feira, novembro 06, 2013

NA MARGEM... À MARGEM

Na margem olhando a imensidão das águas lívidas, desertas,
como deserto e lívido está o coração estremecendo no peito,
asa perdida em céu negro de nuvens carregadas e inquietas.
Como barco encalhado no lodo de um cais abandonado sem jeito.
Somente na margem olhando o espelho gélido beijado pela lua
fria e distante, branca e arrogante, branca e sobranceira espreitando nua.
Na margem despida de mim, despida de fogo e de neve, de amor e ódio,
despida da vida e da morte. Apenas na margem perdida sem rumo,
a meus pés as águas paradas e brilhantes são o silencio feito nó górdio,
são o caminho dos caminhos, são o equilíbrio num fio de prumo.
Na margem da vida, na margem do amor, na margem do sonho... ,
Inteiramente só, lividamente só, perdidamente só, com asas feitas de ,
de um pó luminoso e efémero onde apenas habita o vazio descolorado
E infinito. E na margem as águas mansas repousam embalando a vida,
embalando a morte, embalando o sonho perdido e desagregado.
Sobre as prateadas águas vogam memórias, desejos e uma alma dividida.
Na margem, apenas na margem da vida...

1 comentário:

Flor de Jasmim disse...

Que lindo minha querida, amei!
Na margem da vida está toda esta triste realidade que descreves com palavras tão belas.

beijinho e uma flor

O TEMPO PERDIDO NÃO SE RECUPERA

As palavras lançadas não voltam atrás, o tempo perdido já não tem retorno e a vida esvai-se, no silêncio voraz. Fica o caminho, diluído, sem...