domingo, janeiro 05, 2014

QUEM ÉS TU QUE ME OLHA?


Quem me olha do outro lado do espelho?
Que rosto é este onde não me reconheço?
Que traços o tempo estiolou no seu destrambelho…
Quantos sulcos e marcas que desconheço.
Quem és tu desse lado que me olhas?
Mortiça a expressão perdendo o vigor,
boca vincada, olhos sem rumo nem escolhas,
vazio o meio sorriso sem frescor.

Onde fiquei no passar dos anos?

Onde está o meu rosto de menina?

Quem és tu reflectida sem enganos,

que a imagem real é viperina!

Desconheço-me no espelho reflectida,

aquela mulher já não sou eu!

O tempo marcou a imagem invertida

e aquele rosto não é o meu.

Quem me olha do outro lado do espelho?

Olho, miro, busco um sinal em vão…

Aquele rosto é um vislumbre, um esgar velho

e uma vida esquecida na palma da mão.

5 comentários:

rita disse...

És aquela mulher única com as marcas de uma vida cheia de aprendizagens e vitórias, momentos tão felizes e tantas mudanças. Que bom que é olhar para ti e reconhecer cada expressão de menina, de mulher, de mãe, de irmã...<3

Flor de Jasmim disse...

Assim é minha querida!
Olho no espelho e não me reconheço, tanto que perdi da minha vida.
Adorei ler-te, mesmo sentindo uma tristeza muito própria.

Desde 6ª feira que não vinha ao PC, vim ontem e hoje um pouquinho, estou numa fase difícil que me ocupa o tempo, mas sempre que seja possível virei, nem que seja só para deixar o meu beijinho e uma flor.

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Minha querida

Quantas vezes nos olhamos e não conseguir encontrar o nosso sorriso...o brilho do olhar que ficou perdido num tempo que ficou para trás.
Saudades de te ler

Um beijinho com carinho
Sonhadora

Nilson Barcelli disse...

O espelho é impiedoso...
Gostei do teu poema, é excelente.
Minha querida amiga, tem uma boa semana.
Beijo.

saudade disse...

Quantas vezes nos acontece....
O espelho não mostra o que queremos ver.... Apenas ficou para trás essa imagem ...
Saudade

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As palavras lançadas não voltam atrás, o tempo perdido já não tem retorno e a vida esvai-se, no silêncio voraz. Fica o caminho, diluído, sem...