sábado, julho 25, 2015

AMARGO TRAVO (23/7)

Como algodão doce traiçoeiro, os anos passam por ti,
não que os entendas, não que os percebas, não que os vivas.
Apenas resvalas por eles, como criança em escorrega...livremente.
Como nevoeiro ora denso ora leve o tempo, escoa-se aqui
deixando-te pelo caminho aos poucos sem prerrogativas.
E tu vais...Só assim, sem te dares conta, caminhas inexoravelmente
para um mundo de vácuo e vazio. Um buraco negro de silêncio eterno.
Os anos vão passando, e as memórias morrendo no frio inverno
do esquecimento, do vazio sem retorno, do olhar vazio sem vida.
Como algodão doce de amargo travo, a vida assim destinou.
E dói ver-te já sem passado, sabendo que o presente é o segundo
e o futuro nem tem expressão. Algodão doce, as tuas memórias
são brancas e flutuantes, desconectadas; ligação que alguém cortou
circuito que se degenerou e não volta, um vago e impreciso mundo
alheado da realidade. Estranho mundo sem cor nem histórias...
Como algodão doce abandonado em mãos sem jeito
a tua vida é agora um longo e vazio caminho imperfeito...

Como algodão doce....De amargo travo!


1 comentário:

A.S. disse...

Quando se chega ao fim de um caminho,
importa sim recordar cada um dos passos,
cada som de vento, cada olhar que fomos
deixando na viagem...
depois, formar uma nuvem de algodão doce,
para, nos acompanhar num outro caminho!

Forte abraço!
AL

O TEMPO PERDIDO NÃO SE RECUPERA

As palavras lançadas não voltam atrás, o tempo perdido já não tem retorno e a vida esvai-se, no silêncio voraz. Fica o caminho, diluído, sem...