Escrava do tempo e do silêncio vagueio pelas ruas da vida
procuro o chão que não tenho e o céu que já não vejo.
Agrilhoada à ausência que visto como segunda pele,
encastoo o olhar na distância que não quero percorrer.
Escrava de um sonho que foi o meu ponto de partida
palmilho descalça o trilho que é a luz do meu desejo.
Desejo que não morre ou esmorece, feito de frutos e mel
e de voz presa na garganta com palavras por dizer.
Escrava do tempo e da ausência, ao silêncio agrilhoada,
espero um tempo sem tempo, espero um amanhecer que tarda
e do qual já desespero. Espero de alma fria e calada.
Espero ... de sonhos despojada.