É bem
verdade que só entendemos a vida olhando para trás, mas só a conseguiremos
viver olhando para a frente. E que se soubéssemos o que nos espera em frente
provavelmente fugiríamos a toda a velocidade, ou faríamos os impossíveis por
modificar alguma coisa. É também verdade que se tivéssemos o poder da
adivinhação daríamos muito mais valor aos momentos quando passamos por eles,
sabendo que todos estão destinados a terem um fim. Claro que vivemos os nossos
momentos e os valorizamos! Mas penso que os aproveitaríamos muito mas muito
mais, se nos lembrássemos que podem terminar a qualquer instante, que tudo é efémero
e finito. Se nos lembrássemos daquele ditado popular; “Tudo o que tem princípio
tem fim”.
Tudo o
que já se viveu, agora olhando para o início das nossas estradas, provavelmente
poderia ter sido vivido de outra forma. Poderia ter sido mais bem vivido, ou
aproveitado, poderia ter sido mais intenso, ou quem sabe, menos intenso até, se
soubéssemos na altura o que nos esperava. Quantos de nós não pensaram já; - Se
tivesse estado mais com A,B, ou C… Se tivesse saído mais e visto mais mundo… Se
não tivesse amado desta forma….Se não me tivesse entregue a A, B.ou C…. Se
tivesse feito isto, ou aquilo… Não, não digo que haja arrependimento! Longe disso!
Apenas que se calhar muitos pensamos, depois dos factos passados, que
poderíamos ter tido outra atitude, outra postura, outra forma de viver. Não
como uma forma de “penalização” pessoal ou remorso, apenas como uma constatação
de vida.
Devíamos
todos de ter bem presente a efemeridade da vida. O quão ténue e fugaz é a sua
passagem. Nós, enquanto pessoas, apenas atravessamos este lapso de tempo
chamado VIDA. Como tal não nos devíamos esquecer de aproveitar o mais simples e
singelo momento. O mais ténue dos sentimentos, a mais insignificante das coisas
que nos cruzam o caminho. Cada vez mais acredito que só assim podemos dizer no
final dos nossos dias – Eu vivi. Após momentos traumáticos, desgostos e feridas
abertas por mãos que não se espera que o façam tendemos a olhar mais
profundamente para vida, para a nossa vida. Aquele pedaço de estrada já
percorrido – entender “para trás”, para poder “viver para a frente”. E é nestes
olhares que aprendemos. Que paramos a nossa azáfama do dia-a-dia para pensar em
nós, pessoas, humanos, com sentimentos, com desejos, com ansias e frustrações. E
é nestes momentos que valorizamos o que já tínhamos valorizado, mas não o
suficiente. Que queremos voltar a ter os momentos que nos foram queridos e que,
porque o tempo não para, já não voltam. Fazem apenas e só parte da estrada
percorrida.
Há que
aprender com estes momentos de introspecção a passar a viver de outra forma.
Mais intensa, mais vibrante, mais valorizada. Aprender a joeirar o que na
realidade não importa daquilo que é essencial e único, daquilo que vale mesmo a
pena dar atenção e VIVER VALORIZANDO. É um processo em que iremos consumir a
vida terrena, porque penso que viemos a este mundo para lutar por ser melhor,
para aprender, para cair e levantar as vezes que tiver que ser. Está nas nossas
mãos terminar a nossa breve passagem enriquecidos e plenos de frutos que as
nossas sementes deram.
1 comentário:
Acompanho a tua reflexão... e quase me revejo
em cada uma das tuas palavras!
Beijos...
AL
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