caem como lágrimas de um olhar que já não é.
Perdeu o voar, perdeu o doce cantar.
Apenas respira, débil, entre soluços de infinito,
num limbo flutuante sem cor, nem odor, nem forma.
A ave perde, uma a uma, as doces penas,
gastou as forças no caminho, gastou as cores na viagem.
Viu montes e vales, viu rios e mares, viu sóis e luas,
montanhas e abismos. Subiu ao cume, desceu às margens
de um rio que navegou com garra. Gastou os risos,
gastou as lágrimas, gastou os olhares e as mãos abertas.
Agora é apenas a ave; de regresso ao início, às origens,
à sua casa de partida, e de chegada. É ave de despedida,
perdendo as penas a uma e uma, como lágrimas de olhar sem ver.
É somente uma ave em cansado adeus.
(Mãe)
Lágrimas de lua
6 comentários:
Que poema lindo e sensível... Parabéns!
Que dizer de tão belas palavras...
Beijo de....
Saudade
Palavras tão bonitas com que transmites a dor da realidade!
Beijinho minha querida amiga.
o amor é mais forte
que a dor
o ódio e o rancor.
nem a morte
mata o amor.
e que dizer do Amor de Mãe?
- Nada!
a não ser o que o poema diz...
muito belo este 'pássaro'
que ao seu ninho voltou
mas que pelo mundo
o seu amor espalhou.
um beijo, minha Amiga
e um resto de semana feliz.
Maravilhosa a sorte da tua ave...adorei
Abracito meu
Cidália
A tua Ave onde quer que esteja, está em paz, olhando a cada minuto pela sua cria.
Abraço-te, sente minha querida.
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