Do piano, que
não sei tocar, arranco as notas
de uma melodia
estranha. Quem me inspirou a alma?
Um alquimista?
Um poeta maior? Um anjo louco?
Não sei. Apenas
trilho um ritmo, novas rotas,
como navio
fantasma sem âncora nem leme, na palma
da minha mão.
Buscando o oblívio, a solidão ou o arroubo
de um amor
tardio e vagabundo: sem rota nem rumo,
caindo para o
horizonte, para o vazio, onde me banho e perfumo
de jasmins,
rosas, violetas e flor de laranjeira.
E a breve
melodia ecoa nas teclas do piano que não toco,
escorre pelas
paredes de brancas lembranças,
como garças;
como gaivotas ancoradas no frio.
Soltam-se sons
de névoas e brumas de um baú barroco,
onde guardo as
memórias enfeitadas de esperanças:
vãs esperanças.
Vagas esperanças, fluindo como um rio
onde me perco e
me encontro. Onde mergulho e não respiro.
E a melodia
ecoa, como espinhos aguçados onde me firo.
Ao piano, que
não sei tocar, a minha alma repousa inteira.
Lágrimas de lua
Imagem retirada da net |
5 comentários:
Como o teu coração consegue transformar a tristeza que te consome em poemas tão belos!
Beijinho no teu coração minha querida amiga.
e são essas esperanças, mesmo que corridas pela dualidade das teclas de um piano quantas vezes desafinado, que tornam as melodias da vida uma partitura melodiosa.
beijinhos
Podes não saber tocar, mas o teu poema é melodioso.
Gostei imenso, parabéns.
Continuação de boa semana, querida amiga.
Beijo.
Não sabes tocar piano?
Não importa ele sozinho
Toca uma canção baixinho
Para o coração humano
Na luz do que adivinho
Vir do verso soberano
Do teu poema - ufano
De amigos e de vizinho
A escutar melodia
Dos versos na poesia
Que ha no teu belo tema,
Conteúdo e magia
Que nos evoca alegria
Desse teu belo poema.
Grande abraço. Laerte.
Vim à procura de novidades.
Mas gostei de reler o teu excelente poema.
Continuação de boa semana, querida amiga.
Beijo.
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