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Branca e florida, engrinaldada de orvalho,
povoada de sonhos secretos por cumprir,
caminha a eterna noiva em brusco desagasalho,
entre espinhos de rosas ainda por descobrir.
Branca, como neve imaculada, caminha sem destino,
leva nas mãos violetas, nos pés alma de peregrino.
Cinge-lhe a fronte o eterno, sonhado, jamais tocado,
vislumbrado, bordado por anquilosada mão
ás rendas do alvo vestido. O véu, de destino
imaculado,
envolve-lhe as formas de menina; orquídea em botão.
Branca e encoberta vai a noiva, descalça pela vida
que sonha, de jasmins e magnólias povoada.
Eleva a alma às fimbrias do infinito, nele consolida
a sua certeza de ser - para sempre – e em voz
embargada
murmura solene prece;
- Amar-te-ei sem tempo, sem limite, como a mão que
tece,
certeira, os fios de uma vida de tempestades e acalmias-.
Caminha tolhida de verdes musgos e heras imemoriais,
morreram aos poucos os sonhos, as roseiras tornaram-se
bravias,
os passos tropeçam nas rendas empoeiradas,
intemporais.
Branca e orvalhada morre a noiva, em leito de violetas
tardias….
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