E ela amou, sem palavras, com todas as letras que inventou,
com todas as frases que disse e que calou.
E ela amou, com palavras, com as que compôs, re-escreveu,
remodelou, reinventou, com as que imaginou e não se atreveu.
"Ama; se preciso for, usa palavras".
E ela amou, com corpo e sonhos,com alma e coração,
com o que tinha e era, com a coragem da doação.
E ela amou, na ingenuidade do amar, na pureza do acreditar,
na força do lutar, na desordem de encontrar, apenas, um lugar.
"Ama; se preciso for, usa palavras".
E ela amou, cresceu e mudou. Amadureceu e aceitou
o que a vida propunha. Desembainhou a espada e lutou.
E ela amou, pela vida toda e pela morte inteira,
pela alegria louca e pela dor cruel e certeira.
Sim, ela amou.
"Ama; se preciso for, usa palavras".
E ela calou cada palavra-punhal enterrada no peito,
e ela seguiu a estrada sombria, de coração desfeito.
E ela matou o amor, sem palavras, que perdidas foram
por ruelas de negro. E soçobrou nas letras, que choram
o quanto se deu, o quanto amou.
"Ama; se preciso for, pinta um arco-íris na alma."
Ama, sim. E, se preciso for: esgrima as palavras.
Lágrimas de lua
3 comentários:
Quantas vezes morremos sufocadas pelas palavras que não dizemos...
Lindíssimo o teu post.
Beijo de...
Saudade
Não tenho palavras para este excelente texto.
Os meus parabéns por tanto talento.
Querida amiga, continuação de boa semana.
Beijo.
"Ama; se preciso for, usa palavras".
AL
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