quinta-feira, novembro 19, 2020

SEM AMARRAS ... SEM CHÃO...

Quando as amarras que nos predem ao chão,

nada mais são que laças cordas sem vida,

nós esgotados, rasgadas velas, farrapos em ferida.

O tempo desliza pela brecha do passado vão.

Olhamos a estrada, constante e esguia,

traçamos os passos, contamos estrelas, desafiamos a lua,

e somos garças de voo lento e musgos de alma nua,

escrevemos no vento, corremos à porfia.

Quando as amarras já não nos prendem ao chão,

o nosso chão se dilui nas asas de uma gaivota errante,

e os sonhos se escondem nas ondas da maré vazante,

os olhos buscam a paz, horizonte, luz e perdão.

Escrevemos o tempo no avesso dos dias,

sonhamos o irreal num barco de papel

navegando a vida na ponta de um cordel,

quebrando amarras de cores sombrias.


Lágrimas de lua



8 comentários:

vieira calado disse...

Olá!

"Escrevemos o tempo no avesso dos dias,

sonhamos o irreal num barco de papel"

Muito interessante!

Bom fim de semana!

LuísM Castanheira disse...

O tempo...esse inimigo á espreita num desassossego.

Um Poema belo, minha querida amiga.

Podera as manhãs, todas, não virem em nuvens de solidão e deixarem os dias perdidos numa vã tristeza.


Gostei muito

Um beijo carinhoso.

Jaime Portela disse...

E como é importante que não tenhamos amarras...
Excelente poema, gostei imenso.
Continuação de boa semana, querida amiga.
Beijo.

CÉU disse...

Olá, minha amiga!

Espero que ainda se lembre de mim ou do meu blogue e que esteja bem de saúde. Eu estou bem, felizmente, embora com "n" cuidados, pois estou dando aulas, presencialmente.

Não passo por cá há tanto tempo…!!! É verdade, mas mesmo assim não esqueci o nome do seu blogue, que tem, ao que me parece, visual novo, pelo menos para mim. Gosto das cores quentes que contrastam com a sua poesia um pouco desanimada, mas cada um escreve aquilo em que se sente mais confortável.

Pois é, sem amarras e sem chão, a vida não pode ser fácil e a felicidade é difícil de alcançar. Fazemos tudo, um tanto à revelia e quase "perdidas". Está difícil encontrar um caminho, onde não mergulhemos os pés e nos sintamos leves.
De qualquer forma, e apesar destes contratempos, parece que há sempre uma luz ao fundo do túnel ou um barquinho de papel, bem colorido, que nos leva ao paraíso por nós sonhado. Que bom! Nem tudo é mau!

Como sempre, a sua poesia fala do mar, com elementos com ele relacionados e continua riquíssima em metáforas e muito adjetivada. Parabéns por continuar a escrever tão bem!

Um beijo com elevada estima.

LuísM Castanheira disse...

Uma boa semana, minha querida amiga, com saúde e optimismo.
Passei para também agradecer o a visita e comentário.
Um beijo

eli mendez disse...

un hermoso poema que parece traer todos esos sentimientos que nos invaden en esta situación tan particular que estamos viviendo, pero que se abraza a la esperanza.. Bello
Saludos desde Argentina, a cuidarse mucho... Es muy bonito tu espacio

lanochedemedianoche disse...

La belleza de tu poema me cautivo, escribes bellísimo, gracias.
Abrazo

Jaime Portela disse...

Passei para ver as novidades.
Mas gostei de reler este teu excelente poema.
Bom fim de semana, querida amiga.
Beijo.

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