Abri a minha janela perdida;
Deixei entrar um dia o sol de Verão,
voguei em todas as galáxias,vivi todas as estrelas,
percorri todos os mares, naveguei a ilusão.
Abri a minha janela ingénua;
Pintei a vida de mil cores em muitas telas,
entreguei-me, amando, sem restrições.
Fui pássaro, borboleta, fui vulcão em convulsões.
Abri a minha janela confiante;
Acreditei no sonho, na paciência,
na força imensa de um coração.
Acreditei e perdi toda a existência.
Abri a minha janela escondida;
Desdobrei-me nos cantos da paixão.
Amei, amando sem tempo nem limite,
descobri o que a vida não permite,
e fechei chorando a minha triste e vazia janela de solidão.
Um local tranquilo onde os raios de lua, feitos palavras, lançam feitiços e enxugam lágrimas
sexta-feira, agosto 31, 2012
sábado, agosto 25, 2012
A MINHA NOITE
A noite cai, triste fria e roxa. A noite veste-se de negRo manto e sai à rua...Deambulante percorre a vida, entrega-se a cada esquina ao abraço dorido do vento norte, ao gélido bafo da invernia.
A noite desce e percorre os trilhos da solidão, da desilusão, vai de pés nus sobre as agudas pedras, vai de mãos vazias e olhos molhados. Vai sem rumo...Vai sem norte...Vai sem nada.
A noite cresceu e adensou-se nas horas vazias e ocas, como conchas mortas na areia de uma praia qualquer.
A noite, a bela e aveludada noite é uma dama solitária, um peão num tabuleiro de xadrez, uma folha dançando ao vento.
A noite, a acolhedora noite, é companheira de viagem, é o ombro nunca negado, o peito aberto para todas as lágrimas, a noite é o espaço de todas as angustias, de todos os tormentos e de todas as desilusões.
A noite, caiu uma vez mais...Vestiu o seu vestido de quieta solidão, pôs o negro manto de veludo espesso e... De novo saiu à rua pelos trilhos vazios da vida. E eu....Eu sigo-lhe os passos ... Silenciosamente.
sexta-feira, agosto 17, 2012
NOVO CAMINHO..DESERTO
ecoa, a cada uma delas, um momento,
uma imagem, um desejo.
Ao rodar das horas na aridez e secura
de um deserto de fogo e desalento,
ergue-se um breve lampejo
de racionalidade.
Quase imoralidade.
Passo a passo, dia a dia, recomeço.E os dias vão nascer e morrer,
como sempre.
Sois e luas passam, e adormeço
nos braços do vazio a crescer,
sempre....sempre.
Ao bater das surdas badaladas,
abriu-se a noite calada e fria.
Aninhou-me no seu seio deserto,
deu-me duas mãos engadanhadas
na luta renhida deste novo dia,
em que procuro o caminho certo.
domingo, agosto 05, 2012
NOITE DE ABANDONO
a vida pulsou lá fora, o sol elevou-se no cálido céu.
Mas o escuro manto não abandonou o meu corpo,
o pesado silencio foi ainda e sempre o meu véu.
Noiva do passado, esposa da solidão, agrilhoada ao presente.
Como pássaro engaiolado, cantando a mesma melodia, tristemente.
Perdi-me nas vielas verdes e humidas da névoa dos tempos,
criei raizes como frondosa árvore, emudeci.
Apenas dos meus olhos de Faia secular jorram os lamentosfeitos lágrimas de seiva. Nelas me traduzi,
nelas me retratei, me desdobrei e de novo me recolhi.
Lá fora o galo já cantou as matinas...Aqui, a noite permance.
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