nada mais que este suspenso segundo em que nada importa,
nem o riso, nem a lágrima, nem o sol nem a lua.
Deixa-me apenas absorver a vida neste suspiro,
neste brevíssima nota que nada mais comporta;
Nem sonhos, nem desejos, nem sensatez nem loucura.
Deixa-me apenas vogar, intemporal, neste segundo,
neste limbo perdido entre o cá e o lá,
entre o querer e o não querer, amar e desesperar.
Deixa o meu arroxeado olhar desvanecer-se no mundo
que de braços abertos me aguarda em hora boa ou má.
Deixa-me apenas ser um suavíssimo respirar,
sem tempo, sem rumo, sem norma ou finalidade.
Deixa-me somente afundar na dura realidade
que é este breve segundo do meu respirar.....